domingo, 7 de janeiro de 2018

GODLESS, GORILLAZ E +4!

 Texto de Lucas Pacheco
Nerd, videomaker, editor de podcasts e as vezes escritor

Essa semana na COLUNA DO LUCAN você terá a oportunidade de ler sobre filmes, séries e música.
 Me obriguei a revisar Black Mirror episódio por episódio de tão desgraçado que eu fiquei da minha cabeça, então perdoe o textão longo e boa leitura!


The Meyerowitz Stories.
Um filme aclamado pela crítica e muito debatido pelo fato de ser distribuído pela Netflix e estar presente em eventos internacionais de cinematográfia, ganha pontos por ter Adam Sandler atuando de uma maneira incrível (em alguns momentos faz seu OverActing mas de forma alguma estraga o filme).
Um drama cômico sobre uma família quebrada pelo patriarca da mesma.
O arco de desenvolvimento dos personagens é bem claro e bom de ser acompanhado e a relação dos familiares desperta a curiosidade do espectador.
4,5/5.



Locke.
Um filme de Steven Knight - Peaky Blinders - e protagonizado (apenas) por Tom Hardy (Tom Durinho, pros íntimos) é uma filme que se passa inteiramente atuado dentro de um carro e conta com a aparição de apenas um ator.
O longa conta a história decadente de um homem em busca de tomar a escolha certa, o levando a abandonar coisas importantes e cruciais da sua vida.
O filme tem 85 minutos que é aproximadamente o tempo de sua viagem, o que permite a falta de muitos cortes, dando uma impressão de continuísmo.
Durante sua viagem somos apresentados a pessoas importantes de seu convívio, sua mulher, filhos, chefe e colegas de trabalho. A trama é revelada aos poucos não sendo entregue de maneira fácil.
Tom foi altamente elogiado por sua atuação, recebendo prêmios por ela. Quem está acostumado em vê-lo apenas em papéis como Bane e Mad Max vai se surpreender ao assistir essa obra.
Um excelente filme dramático que nos permite refletir se devemos sempre seguir o correto independente do seu custo.
4/5.

Black Mirror 4ª temporada.
A temporada mais fraca de todas até o momento me fez refletir se valeu a pena a Netflix assumir a série relizando certas mudanças como adicionar mais episódios por temporada e etc...
A marca "Isso é muito Black Mirror" se perde na maioria dos episódios, tirando a identidade da série.

1. USS CALLISTER - Estava no maior Hype da vida por ter um episódio reverênciando Star Trek e fui sedento assistir e - para minha tristeza - episódio horrível. Falta de empatia com os protagonistas, plot revelado cedo na história impedindo uma curva dramática. Parece Sessão da tarde.

2. ArkAngel - Sinceramente, traz o episódio "The entire History of You" com uma capa nova, misturando o especial "White Christmas" pra não ficar na cara. 

3. Crocodile - "Até onde você iria para esconder um segredo?" Hey! Eu já vi isso em "Shut Up and Dance." 

4. Hang The DJ - O melhor em minha opinião, traz uma realidade muito presente nos tempos modernos, o uso comum de aplicativos de relacionamento com um final ISSO É MUITO BLACK MIRROR sim! Bem questão de: "E será que é assim que tal coisa funciona?", Ou "e se fosse assim e tal tal...". Excelente episódio!

5. MetalHead - Episódio mais criticado, preto no branco, perseguição estilo "White Bear", sem o "de onde vem" ou "pra onde vai" que estamos acostumados a ser apresentados durante os episódio da série, bem descaracterizado, o que torna em algo ruim.

6. Black Museum - Fechando bem a série traz um episódio especial, contando mini-contos beeem Black Mirror que se juntam no final. Trabalha bem as várias tecnologias que vai apresentando e junta tudo nos últimos minutos de forma bem orquestrada.
Nunca achei que iria dar uma nota tão baixa.
1,5/5.



 Gorillaz - Humanz.
Em 2000 surge a banda virtual mais famosa de todos os tempos. Damon Albarn se deleita com uma mistura sonora - rock, pop, soul, hip hop e reggae - jamais vista inovando em mais de um conceito.
Em 2017 eles retornam com uma idéia nova, já na capa sendo vistos mais velhos trazem um álbum direcionado à raça humana e como ela está se aproximando de um fim, realizado quem sabe, por ela mesma.
O álbum pode ser visto como uma grande festa no último dia da terra, os interlúdios conectam a maioria das músicas como se tudo fosse parte de uma grande história, fazendo uma longa viagem por diferentes estilos.
Muitas participações de outros cantores faz com que a maioria dos ouvintes sinta falta de 2D (Damon). Não senti isso, o intuito da banda e principalmente de Damon sempre foi inovar e popularizar o underground.
"Ascension", logo de cara convida pra curtimos o fim do mundo ( "heard the world is ending soon I assumed that they told ya"). Trump é o maior causador desse "fim do mundo" e Clementine cantando "Halleluia, Money" deixa isso claro. Sua voz melancólica é profética ao cantar:
"How will we know?
When the morning comes
We are still human
How will we know?
How will we dream?
How will we love?
"
Mas além do álbum abordar o apocalipse ele também conversa sobre o terror interno nas pessoas, a solidão (Andromeda), o amor (Carnival) e diferentes medos (Let me out).
Um excelente álbum que eleva essa icônica banda.
4/5.


Godless.
Uma serie original Netflix que traz algo diferente para uma gênero já batido de tão explorado. Um Western protagonizado por mulheres.
É claro, o mocinho e o vilão existem, mas ao redor deles existe um "ar novo" para respirar.
O seriado gira em torno de um cowboy que foge de uma gangue e acaba em uma bela cidade, La Belle, ocupada apenas por mulheres. 
Tudo pra dar certo, mas infelizmente tem um "infelizmente".
A venda do seriado se baseou nessa cidade dominada por mulheres e no final das contas vimos poucas mulheres "Badass". Tirando duas ou três que realmente pegam em armas, as restantes são exibidas com fragilidade.
Roy Goode é um mocinho diferente, tem pontos fracos, não copia o Clint Eastwood, é original. O Vilão trazido por Jeff Daniels é interessante, atiça a curiosidade das pessoas.
Outra fraqueza é está mania, ocasionada pelo fenômeno "Game of Thrones" onde todas as séries devem ter um final triste, com mortes vazias e sem sentido.
Daria um excelente filme.
2,5/5

Blade Runner 2049.
Quando li os textos iniciais do filme e de cara realizei que algo fundamental do universo de Scott havia sido alterado, fiquei de cara com o Dennis.
Replicantes que duram mais que quatro anos? Tudo isso pra criar o argumento da história? Ok. Tentei relevar e felizmente, essas pequenas coisas não estragam a excelência desse filme.
Fechando questões abertas no outro filme e abrindo novas, em vez de nos perguntarmos "Esse agente é um replicante?", nos questionamos "Esse agente é um humano?"
O filme levanta questões novas e antigas como a dependência tecnológica, a nossa relação com Inteligências Artificiais e qual a essência da humanidade.
No longa o Agente K, um replicante que deveria ter sentimentos "replicados", copiados de um ser humano, namora com uma AI, Joy. Um ser completamente programa e falso que mesmo assim nos deixa confuso em relação aos seus sentimentos. É a escala do irreal.
Infelizmente, se prende muito ao Harrison Ford e seu papel no outro filme. Por mais que essa história tenha uma relação direta com o seu antecessor, não era necessário que a história girasse em torno daqueles personagens.
Ambientação excelente, trilha sonora (não é um Vangelis) mas é tão imersiva quanto e roteiro surpreendente.
4,7/5.


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